quinta-feira, setembro 21, 2006

mediocridade

Toda manhã, quando acordado
pelas janelas sem persianas
do meu quarto de sombras duras,
suplico-me: Vai Gustavo, ser tenente da vida!

Gustavo não lê,
não escreve, não pensa.
Gustavo espera, coça a cabeça.
Tenta recordar o último sonho, mas não escreve, não pensa, não se lembra, se
fecha.

É covarde, limitado,
talvez bonito, mas fraco.
Não é santo nem capeta,
nem ave nem peixe nem guepardo.
Gustavo na cama fica sentado.

Qualquer noite
olho para trás.
Meu coração parece não suportar.
Uma garrafa de cerveja que,
em minutos, põe-se a transbordar.

Coração algum é vasto,
seco neste mundo gasto.

Não me atiro nem do primeiro andar,
pois não sou ave nem guepardo,
quebro-me em mil pedaços.
E se fosse peixe
estaria tudo
terminado.

sábado, setembro 16, 2006

toma lá, dá cá

bebados
bebemos
copo, entorno
fizemos o que?
loucuras mil.

queria te comer
tentei
não consegui.

chupar é até
mais fácil,
querer é apenas
uma palavra. mato.

o ato
não depende
das vontades
depende das
circunstâncias

criadas

surgidas

flop-flop
ou flip-flap

será que tanto faz?

quarta-feira, setembro 06, 2006

sem choro nem vela

deixe-me navegar
desate o nó
embarque sem pensar
e lembre-se:
neste cais
nunca mais.