quinta-feira, setembro 21, 2006

mediocridade

Toda manhã, quando acordado
pelas janelas sem persianas
do meu quarto de sombras duras,
suplico-me: Vai Gustavo, ser tenente da vida!

Gustavo não lê,
não escreve, não pensa.
Gustavo espera, coça a cabeça.
Tenta recordar o último sonho, mas não escreve, não pensa, não se lembra, se
fecha.

É covarde, limitado,
talvez bonito, mas fraco.
Não é santo nem capeta,
nem ave nem peixe nem guepardo.
Gustavo na cama fica sentado.

Qualquer noite
olho para trás.
Meu coração parece não suportar.
Uma garrafa de cerveja que,
em minutos, põe-se a transbordar.

Coração algum é vasto,
seco neste mundo gasto.

Não me atiro nem do primeiro andar,
pois não sou ave nem guepardo,
quebro-me em mil pedaços.
E se fosse peixe
estaria tudo
terminado.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

gustavo é ora o tigre, ora o cordeiro, ambos de blake. mas gustavo ñ é de blake, gustavo ñ tem dono. gustavo é selvagem. é tanto mickey rourke em barfly qto em rumble fish. e ao mesmo tempo ñ sabe quem ser. sabe pq? pq gustavo é daqueles raros q ñ merecem crescer, merece, qdo muito, arregaçar na folia, mas ser adulto, jamais. e ele vai esmirilhando o asfalto assim. de posse de sua motocicleta-terapeutica.

terça-feira, novembro 07, 2006 12:31:00 AM  

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