Monocromático
Agora, multiplique tudo isso pela quantidade de dias em que a rotina é igual. Vai-e-vem de olheiras correndo de nenhum lugar para lugar algum. Ninguém disse que seria fácil. Poderia, ao menos, ser um pouco menos barulhento ou, quem sabe, mais entorpecido. Escolhemos caminhar sóbrios, vendo e ouvindo a parte dura da existência crendo que tomamos posse de nossa miserável realidade. A ressaca existe para nos lembrar de tal fato. Pensando que está bom, entupimo-nos de amaciantes sociais. Mas o dia seguinte está para aqueles que têm fígado. Dizem que para o fígado faz bem tomar coisas amargas. Cynar é a resposta para tais males. Aonde queremos chegar?
Eu busco uma praia que caminhe sobre mim como se pisasse em ovos de veludo. Porque aqui, em São Paulo, eles te pisam calçando botas de prego. Quero enxergar até onde o vento faz a curva, ver o fim do mundo, o horizonte que se perde. Sentir a brisa contra o meu rosto, resistindo ao meu olhar, mantendo-me na areia, impedindo que eu me lance ao mar e navegue nu na direção do infinito.
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