o peixe que dorme no bico do pelicano
ou motor central
o mundo é um caqui
casca fina salpicado
com baratas.
noite passada bebi
pra tentar encontrar
o que talvez seja
impossivel
conseguir
sozinho.
o exercício era constante
copo na boca, copo na mesa
me fez lembrar: quem sabe
devesse ficar em casa
meu corpo parece frágil
doente
mas ali eu era o tirano
e continuava trabalhando
na cerveja ou em algo mais quente.
elas olham e às vezes
até sorriem - sinto
uma fina tripa
a membrana,
a bolsa frágil que
protege o feto
do mundo
me envolve, me sufoca
e se rompe com facilidade
só chegar mais perto
e dizer olá.
são elas que regeneram minha película
que a tornam espessa, forte
salvo de quem me despreza
resistente àqueles que me arranham
são elas que me fazem reviver
o que não recordo ter vivido
sapatos
bolsas
unha
carne
pêlos
busco em todas
elas o conforto
o calor e o alimento
do ventre materno.
2 Comments:
o calor e o alimento ao espírito!
Sempre assim!
sim... e sem perde-la, mesmo quando esta, a esperança, parece querer abandonar-nos. o importante é mesmo entre as ranhetices, não perde-la de vista. vc consegue. e eu também!
Postar um comentário
<< Home