mediocridade
pelas janelas sem persianas
do meu quarto de sombras duras,
suplico-me: Vai Gustavo, ser tenente da vida!
Gustavo não lê,
não escreve, não pensa.
Gustavo espera, coça a cabeça.
Tenta recordar o último sonho, mas não escreve, não pensa, não se lembra, se
fecha.
É covarde, limitado,
talvez bonito, mas fraco.
Não é santo nem capeta,
nem ave nem peixe nem guepardo.
Gustavo na cama fica sentado.
Qualquer noite
olho para trás.
Meu coração parece não suportar.
Uma garrafa de cerveja que,
em minutos, põe-se a transbordar.
Coração algum é vasto,
seco neste mundo gasto.
Não me atiro nem do primeiro andar,
pois não sou ave nem guepardo,
quebro-me em mil pedaços.
E se fosse peixe
estaria tudo
terminado.