quarta-feira, setembro 26, 2007

Tempo para matar

Certos dias simplesmente não são e, com a chegada do meu inferno astral, parecem trancar a garganta. Minha idéia é ser aquele cara, não o perfeito. Mas o humano forte, firme, aberto e sensível. Mas que porra... Vejo como é esquizito... Difícil também... Falo de mudança interna, em como reagir diferente. Porque eu vejo quaso todos caminhando, sem olhar pra trás, retos em suas vidas. Eu não agüento, vivo - e ando- olhando pra trás. Seja alguém, um barulho, o tráfego ou uma bunda. A vida me distrai, e a morte também. Como é bom caminhar no silêcio sepulcral e, se sentir é estar distraído, to mais vivo do que nunca. Mas, eu posso morrer por estar distaído, e assim vem todo aquele papo sobre vida e morte, limites e sobre ambos ter o mesmo significado. Tá certo... Mas não resolve problema algum. Engraçado... porque talvez viveria tranqüilamente como um vagabundo. Mas se até eu me cobro uma posição, fica difícil. Embaralhando tudo e tirando uma só carta, vai sempre surgir o ermitão... Aquele que perambula só, mas ninguém sabe se está bom ou ruim. A solitude do homem que resolveu não dar mais chance a ninguém, e foge de si procurando qualquer merda que faça sentido pra parar.
Uma coisa é o ermitão, que tem calma. Eu pulo de galho em galho por ansiedade e medo. Mas quem sabe disso? Posso me passar por um desses pelo resto da vida. Quem saberá? Quem? O ermo tem o dom de esconder o que o machuca, o que o alegra. Guarda pra si os momentos vividos. Alguns com afeto, carinho. A maioria, creio, com ódio brutal.
E pensando na ciranda dos acontecimentos, vejo uma espiral, tudo girando e voltando quase no mesmo ponto, só que um passo além. E você escolhe, ou escolhem por você, se vai à borda, ou afunila ao centro. Quero manter-me sempre no mesmo ângulo, pulando os degraus, indo e voltando, ora sendo o âmago, ora a pele, sem fazer voltas completas. Sem rodeios... É possivel? claro que não.
Então, foda-se.

terça-feira, setembro 25, 2007

aquém

não sei falar dos outros
muito menos pelos outros
digo apenas o que sei
muito menos do que sou

segunda-feira, setembro 17, 2007

poema tolo sobre semanas tolas

segunda-feira tem gosto de merda
e foi quando fez-se a luz

o resto é tentativa de engolir
todo o excremento do mundo
daí, no final da semana,
nóis vê o que faz...

e no domingo
enquanto Ele descansa
da vida
nóis num sabe o que faz.

quinta-feira, setembro 13, 2007

Num cubo maior que nossas esferas

É difícil assumir certas naturezas e recondicionar outras. Evito o ar condicionado, o amor condicionado, o método. Incondicional são poucas, e tão doloridas. Quando o vento bate-me as costas é um prazer. Mas se esmurra-me a cara, tenho que admitir: esta aí um mal necessário, por escolha. De um jeito ou outro, qualquer escolha é masoquista. Ficar é condescender com a dor, e enfrentar, chegar ao seu limite. Até não sentir mais nada, ou deixar de sentir tudo.

segunda-feira, setembro 03, 2007

tempo sobre tempo

quando brigamos falamos
em tempo quando
confusos pedimos
mais tempo quando
assunto não há falamos
do tempo do maldito e
perdido e precioso
tempo.