quarta-feira, novembro 29, 2006

solidão é nada

deixei o cursor piscando, após ter escrito
eu amo você.
ficou horas e horas assim, desse jeito.
e eu, hum... daquele jeito, né.
sozinho, a gente não vale nada.
e daí?

engraçado
muito engraçado
tão engraçado
que perdeu a graça.
solidão, minha amiga.
minha putinha, minha senhora,
você é tudo. caminha, vem!
podemos brindar pra que, no final,
você possa me estuprar.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Às três horas da tarde...

não há nada pra não dizer.
dois e dois são quatro,
dois e dois não são quatro.
é tudo ou nada, ou está fora.

marginalizo-me pra não ter que provar o dois e dois e
pra dizer que, agora, cairia bem uma cerveja
congelada ou coisa mais tensa. esvazio-me.

terça-feira, novembro 14, 2006

vou enlouquecer

porque toda vez que olho pra arreganhada desta página em branco, com o cursor latejando feito veia de pica dura, minha vontade é de escrever apenas já nem sei mais.

porque se não houvesse eu aqui e nem você, já sem sei mais.

nem cristo suportou não saber mais.

só que eu sei de tudo e finjo não saber.

me ajude... tem que ser já e agora e sempre.

sem soluços.

sábado, novembro 11, 2006

terceto desmamado

bebo socialmente,
no entanto encho a cara
solitariamente.

sexta-feira, novembro 10, 2006

nem o layout desta merda de blog respeita mais os meus singelos poemas.

(a frase acima deveria ter uma única linha)

sexta-feira, novembro 03, 2006

Frações

a festa não acabou
mas sem bebida mulher música espaço ou tempo....
não existe mais nada
lembrei-me das garrafas vazias - se foram
dentes obturados, esfacelaram-se
as bundas dançavam e pareciam ter vida
própria. seriam pequenos os fragmentos se
nelas não houvesse tanta carne.

a vida rasteja
como ranho
escorrendo no ralo da pia.
agonia de espera e quase lá
vlupt - já não há.

quero que este verão não tenha fim
como a festa e a vida
que só terminam
quando chega
o fim.
e continuamos...