segunda-feira, dezembro 11, 2006

a.k.a. bocetudo.

não deveria falar desse jeito
descuidei-me - movi palhas
insuficiente pra evitar
sua partida.

prometemos:
você, o bem
eu, o mau
ou vice-versa
porque somos um.

lembra-se? naquele dia...
você quis morrer, e eu
fiz merda.
falei sim, que podia.
você fez. o que? e eu?
morri também.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

vago estudo sobre minha pessoa.

Eu sou um câncer, um erro. Um parasita, talvez... quem sabe uma desprezível bactéria. No entanto, descreio ser a sociedade um organismo, cada um cumprindo sua função. Não é isso e, sendo assim, não me culpo pela inércia, pelo descaso e pela apatia que me assola.

Não me levem a sério, por favor. Não me ridicularizem também. Não é uma questão de sentir e nem de racionalizar. Não quero piedade, muito menos um sermão. Isto aqui é somente uma tentativa – fracassada, provavelmente – de desvendar que espécie de coisa que hospeda-se e acumula-se em mim. E que espécie de coisa eu sou.

Não trabalho, não estudo (corretamente), não ajo. Poderia arranjar uma boa desculpa... pra quê? Ignoro o que é bom ou ruim.... Gosto de me destruir física e psiquicamente, gosto do que é ruim. Pratico exercícios, me cuido, me alimento direito, quero ficar bem. Penso “me mato até os trinta ou vivo até os noventa”. Papinho, conversa mole. Vou pra onde o vento quiser, mas o vento não quer. É somente vento e por isso sopra e não deseja absolutamente nada. Pra qualquer lugar eu vou. Seria até mais fácil se eu mesmo pudesse decidir sobre meu próprio destino. Grande parte do mundo faz isso, eu não. Aliás, não sou nem da pequena parte. Fico aqui, na meia luz, na linha da sombra, sob a lâmina de sua guilhotina. Qual é o veredicto?

Conclusão nenhuma por enquanto... cansei de falar de mim. Não disse? Tentativa mal-sucedida. Um fracasso. Au revoir!