domingo, dezembro 23, 2007

a pressa comove montanhas

e daí ela começou a beber
e rápido
e quando mistura tesão
carinho e raiva
pareço gostar
era tarde
ou cedo
e as pernas
dela e a boca
dela e o jeito
dela de fazer
tudo parecer a última chance de tentar algo
por nós
mas não faz acontecer
porque nunca sinto
que estamos sozinhos

e assim é como se não te conhecesse
porque você não faz questão
e porque eu também não
mas gosto muito de cheirar o seu pescoço
e dos olhos inflados de sangue
pronta pra engolir o primeiro que contrariar
a sua vontade.

e aquela vaidade motriz da vontade
de quem com porcos se mistura...

farelos comi.

3 Comments:

Blogger Marcelo Fonseca said...

eu ainda vou aprender a ser sintético e profundo como uma bala de dumdum. Ela voa, perfura, entra e explode á seco.

é isso o que sinto quando leio tudo isso.

"pá e bola, tá ligado?'

quarta-feira, janeiro 09, 2008 6:12:00 PM  
Blogger Lucas Lutero said...

Começa de forma tímida e invade monstruosamente meu pensamento, e no final eu nunca consigo expressar a enorme sensação que me causa seu pequeno poema.

Muito bom!

sábado, janeiro 12, 2008 5:20:00 PM  
Blogger Encravado Alessandro said...

Comê-los!
Comerei!
Comerás!

sexta-feira, janeiro 25, 2008 11:48:00 PM  

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